segunda-feira, 29 de junho de 2009

Te declaro meu amor...

Tuas mãos

Quando tuas mãos saem,
amada, para as minhas,
o que me trazem voando?
Por que se detiveram
em minha boca, súbitas,
e por que as reconheço
como se outrora então
as tivesse tocado,
como se antes de ser
houvessem percorrido
minha fronte e a cintura?

Sua maciez chegava
voando por sobre o tempo,
sobre o mar, sobre o fumo,
e sobre a primavera,
e quando colocaste
tuas mãos em meu peito,
reconheci essas asas
de paloma dourada,
reconheci essa argila
e a cor suave do trigo.

A minha vida toda
eu andei procurando-as.
Subi muitas escadas,
cruzei os recifes,
os trens me transportaram,
as águas me trouxeram,
e na pele das uvas
achei que te tocava.
De repente a madeira
me trouxe o teu contacto,
a amêndoa me anunciava
suavidades secretas,
até que as tuas mãos
envolveram meu peito
e ali como duas asas
repousaram da viagem.

Pablo Neruda

quarta-feira, 24 de junho de 2009

São João Xango Menino - Bethânia

Ainda comemorando São João...

São João Sâo João acende a fogueira do meu coração...

Infelizmente estou em São Paulo hoje, cidade que cada ano que passa deixa de lado as comemorações juninas. Quermese? Fogueira? Quadrilha? Estão em extinção nesta cidade.
Pena, lamento muito a ausência de festas que tanto enriquecem nossa cultura.

VIVA SÃO JOÃO, VIVA O MILHO VERDE...

VIVA SÃO JOÃO...

Paro por aqui dizendo que já comprei tudo e hoje rola uma fogueira aqui em casa. Quem quiser é só chegar...

PULA FOGUEIRA, IÁIÁ

PULA FOGUEIRA, IÓIÓ

CUIDADO PARA NÃO SE QUEIMAR...

OLHA QUE A FOGUEIRA JÁ QUEIMOU O MEU AMOR...

terça-feira, 16 de junho de 2009

Girando...

...e com a nítida sensação de que "o mundo está ao contrário e ninguém reparou!!!"

Aff, tem horas que dá vontade de mandar parar o mundo pra eu descer. Estou assim!!!

domingo, 14 de junho de 2009

O começo...

Il più bel momento dell'amore è quando l'amore nasce.

Li essa frase numa faixa da festa de São Vito no Brás. Traduzinho diz: O momento mais feliz do amor é quando o amor nasce. Adorei a frase e a festa!!!

Uma ótima semana pra todos!!! Com muito amor...

sábado, 13 de junho de 2009

Uma pessoa que amo...


Minha mãe querida, exemplo de garra e força em minha vida...

Feliz aniversário!!! Muita saúde e amor!!!


^.^

sexta-feira, 12 de junho de 2009

Só ouvindo Chico...

...pra aguentar o tranco!!! E até sair dançando por aí...


Relato de um professor da ECA-USP

Prezados colegas,

Hoje, as associações de funcionários, estudantes e professores haviam deliberado por uma manifestação em frente à reitoria. A manifestação, que eu presenciei, foi completamente pacífica.
Depois, as organizações de funcionários e estudantes saíram em passeata para o portão 1 para repudiar a presença da polícia do campus. Embora a Adusp não tivesse aderido a essa manifestação,
eu, individualmente, a acompanhei para presenciar os fatos que, a essa altura, já se anunciavam. Os estudantes e funcionários chegaram ao portão 1 e ficaram cara a cara com os policiais
militares, na altura da avenida Alvarenga. Houve as palavras de ordem usuais dos sindicatos contra a presença da polícia e xingamentos mais ou menos espontâneos por parte dos manifestantes. Estimo cerca
de 1200 pessoas nesta manifestação.
Nesta altura, saí da manifestação, porque se iniciava
assembléia dos docentes da USP que seria realizada no prédio da História/ Geografia. No decorrer da ssembléia, chegaram relatos que a tropa de choque havia agredido os estudantes e funcionários e que se iniciava um tumulto de grandes proporções. A assembléia foi
suspensa e saímos para o estacionamento e descemos as escadas que dão para a avenida Luciano Gualberto para ver o que estava acontecendo. Quando chegamos na altura do gramado, havia uma multidão de centenas de pessoas, a maioria estudantes correndo e a
tropa de choque avançando e lançando bombas de concusão (falsamente chamadas de “efeito moral” porque soltam estilhaços e machucam bastante) e de gás lacrimogêneo. A multidão subiu correndo até o prédio da História/ Geografia, onde a assembléia
havia sido interrompida e começou a chover bombas no estacionamento e entrada do prédio (mais ou menos em frente à lanchonete e entrada das rampas). Sentimos um cheiro forte de gás lacrimogêneo e dezenas
de nossos colegas começaram a passar mal devido aos efeitos do gás – lembro da professora Graziela, do professor Thomás, do professor Alessandro Soares, do professor Cogiolla, do professor Jorge Machado
e da professora Lizete todos com os olhos inchados e vermelhos e tontos pelo efeito do gás. A multidão de cerca de 400 ou 500 pessoas ficou acuada neste edifício cercada pela polícia e 4 helicópteros. O clima era de pânico. Durante cerca de uma hora, pelo menos, se ouviu a explosão de bombas e o cheiro de gás invadia o prédio. Depois de uma tensão que parecia infinita, recebemos notícia que um pequeno grupo havia conseguido conversar com o chefe da tropa e persuadido de recuar. Neste momento, também, os estudantes no meio de um grande tumulto haviam conseguido fazer uma pequena assembléia de umas 200 pessoas (todas as outras dispersas e em pânico) e deliberado descer até o gramado (para fazer uma assembléia mais organizada). Neste momento, recebi notícia que meu colega Thomás Haddad havia descido
até a reitoria para pedir bom senso ao chefe da tropa e foi recebido com gás de pimenta e passava muito mal. Ele estava na sede da Adusp se recuperando.
Durante a espera infinita no p tio da História, os relatos de agressões se multiplicavam. Escutei que a diretoria do Sintusp foi presa de maneira completamente arbitrária e vi vários estudantes que haviam sido espancados ou se machucado com as bombas
de concusão (inclusive meu colega, professor Jorge Machado).
Escutei relato de pelo menos três professores que tentaram mediar o conflito e foram agredidos. Na sede da Adusp, soube, por meio do relato de uma
professora da TO que chegou cedo ao hospital que pelo menos dois estudantes e um funcionário haviam sido feridos. Dois colegas subiram lá agora há pouco (por volta das 7 e meia) e tiveram a entrada barrada – os seguranças não deixavam ninguém entrar e
nenhum funcionário podia dar qualquer informação. Uma outra delegação de professores foi ao 93o DP para ver quantas pessoas haviam sido presas. A informação incompleta que recebo até agora é que dois funcion� �rios do Sintusp foram presos – mas escutei
relatos de primeira pessoa de que haveria mais presos.
A situação, agora, é de aparente tranquilidade. Há uma
assembléia de professores que se reuniu novamente na História e estou indo para lá. A situação é gravíssima. Hoje me envergonho da nossa universidade ser dirigida por uma reitora que, alertada dos riscos (eu mesmo a alertei em reunião na última sexta-feira) , autorizou que essa barbárie acontecesse num campus universitário.
Estou cercado de colegas que estão chocados com a omissão da reitora. Na minha opinião, se a comunidade acadêmica não se mobilizar diante desses fatos gravíssimos, que atentam contra o diálogo, o bom senso e a liberdade de pensamento e ação, não sei mais.
Por favor, se acharem necessário, reenviem esse relato a quem julgarem que é conveniente.

Cordialmente,
Prof. Dr. Pablo Ortellado
Escola de Artes, Ciências e Humanidades
Universidade de São Paulo

quarta-feira, 10 de junho de 2009

Só a luta...

Quero começar esse texto com a seguinte lembrança, Em 1988 foi aprovada a Constituição da República Federativa do Brasil, que é chamada de constituição cidadã, que garante em seu conteúdo direitos fundamentais pra o ser humano e muito colabora para a construção de uma país democrático. Olha só, que bela palavra DEMOCRACIA, garantia de liberdade de expressão, do ir e vir, do poder do povo!!!!

Pois bem, essa constituição diz o seguinte no Art. 9º É assegurado o direito de greve, competindo aos trabalhadores decidir sobre a oportunidade de exercê-lo e sobre os interesses que devam por meio dele defender.

E 20 anos depois dessa lei soberana ser aprovada vejo no Estado de São Paulo, o governador José Serra, esse que quer ser presidente do Brasil, simplesmente criminalizar trabalhadores que lutam por melhores condições de trabalho e se organizam através de um movimento legítimo que é a Greve. Serra se recusa a negociar, a dialogar com esses trabalhadores. Seja ele, policial, professor do ensino fundamental e médio e superior, etc...

Hoje pela manhã quando li os noticiários e vi algumas imagens da greve na USP e o confronto de estudantes com a polícia fiquei indignada e lembrei de quando entrei na universidade. Tinha 17 anos, nunca havia pisado em uma universidade e meus pais só cursaram até o ensino médio. Não sabia muito sobre o "mundo universitário" e sua autonomia. Certo dia teve uma "festa daquelas" no pátio da Cruz, o barulho alto até altas horas da madruga fez com que os vizinhos chamassem a polícia. E ao chegar, a polícia ficou no portão da Rua Monte Alegre parada e observando. Perguntei pra um amigo por que não entravam e ele (mais esperto que eu! rs) me explicou que não poderiam entrar sem autorização da reitoria, da autonomia da universidade e tal. Aff, só de lembrar de como achei isso lindo e fantástico fico arrepiada.

E hoje fico chocada com a atitude do governador José Serra e da reitoria da USP que jogam descarga a baixo essa conquista e colocam a PM dentro da USP e as cenas seguintes todos podem ver. É triste relembrar os anos de chumbo...

Minha solidariedade à todos que lutam!!!

Acabei de reler Capitães da Areia e me lembrei agora de um diálogo entre Sem-Pernas e Pedro Bala.
Sem-Pernas dizia que a bondade não basta, que só o ódio mudaria a vida daqueles meninos. E Pedro Bala bota a mão no ombro de Sem-Pernas e diz:
- Nem o ódio, nem a bondade. Só a luta.

Grande Jorge Amado!!!!

sábado, 6 de junho de 2009

Tocava campanhia e corria!!!!


Bom, esse espaço se propõe a brincar... Quando criança brincava muito, tive uma excelente infância e me alegro muito por isso. Penso que é nessa fase que nosso alicerce é construído.

Sempre que lembro da minha infância tenho boas recordações, brincadeiras, amigos e também muita traquinagem.

E hoje vou confessar minha traquinagem preferida quando criança, tocar a campanhia e sair correndo. A barriga gelava, era adrenalina pura!!!

Ontem a noite na volta de uma festinha (vida social da Malu) passei em frente de uma casa e na hora deu um estalo na memória. Era essa a minha casa favorita pra tocar a campanhia e sair correndo. Casa de esquina e fica no caminho que faziamos para ir na casa da minha vozinha.

Ao passar em frente essa casa, diminui a velocidade do carro e fiquei observando a casa. Relembrando as diversas vezes que aprontei e de como era divertido.

Não é correto, hoje sei disso e pra falar a verdade na época também sabia mas qual criança nunca aprontou nada???

terça-feira, 2 de junho de 2009

Saudade mata a gente, menina...

Tenho doces recordações da minha avó paterna, ela adorava uma cantoria, fazer uma graça, brincar e sorrir. Eu tinha apenas 6 anos quando ela morreu, mas a memória não falha nesse assunto.

Nas tardes de domingo as visitas aos meus avós eram sagradas.

E D. Otácilia, deitada na cama me chamava: "Venha cá, moleca". Eu ía, feliz da vida e passava horas ao seu lado ouvindo "causos" do homem da casaca preta e me divertindo muito.

Lembro sempre dela cantando uma música que dizia: "Saudade mata a gente, menina..."

Hoje acordei assim, sendo morta um pouquinho pela danada da saudade...