segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

SERÁ MASOQUISMO?

Faço um trabalho que não tem reconhecimento, ganho bem menos do que deveria, trabalho muito, levo trabalho pra casa diariamente, poucos jovens querem seguir minha profissão.

Ainda assim, eu adoro entrar na sala de aula e participar do aprendizado de centenas de pessoas. Talvez a maior recompensa e motivação seja os olhares destes jovens! Talvez eu disse? Essa é minha maior certeza!

Podem falar o que for da escola mas ela ainda é o maior espaço de vivência e convivência de nossa juventude!

E aproveito aqui para repudiar o artigo babaca, agressivo e contra a humanidade que um cidadão chamado Reinaldo Azevedo escreveu nesta última semana, deve ter sido publicado pela revistinha semanal Veja. É a cara dele e da revistinha ser tão ruim.
Essa semana que passou ele se superou, chega a ser desrespeitoso. Então não vejo motivo para respeitá-lo.

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

O que é que há? O que é que está se passando?

As frases são parte de uma das milhares de canções românticas de Fábio Junior, muitos devem ter se emocionado com elas. Mas as usei aqui para refletir sobre algo menos romântico mas não menos importante.

Estamos bem próximo do início do ano letivo na rede pública estadual, aqui em SP as aulas retornam dia 08 de fevereiro. Essa semana estamos(professores) passando por um processo de atribuição de aulas. O que é isso? Todo ano os professores (efetivos ou contratados) devem ter aulas atribuidas. É sempre um momento de muita tensão, nunca se sabe em quais condições essa atribuição vai ocorrer, o que naturalmente gera uma enorme insegurança.

Quem atribui essas aulas são os diretores das escolas e temos que "pegar" o que nos for oferecido, tipo as séries, o período que nos for imposto. E o que já é feio piora ainda mais quando não sobram aulas para serem atribuídas. Professores efetivos muitas vezes ficam em 3 escolas com apenas 20 aulas semanais. E professores contratados muitas vezes ficam desempregados e só conseguem pegar aulas à medida que os professores se licenciam. Muitas licenças são médicas, pois os professores estão cada vez mais adoecendo, como mostram diversas pesquisas.

Tenho acompanhado de perto esse processo de atribuição de aulas pois sou do sindicato dos professores e o sentimento que predomina é de HUMILHAÇÃO. São olhares,gestos e falas de pessoas desesperadas atrás do seu quinhão.

Uma pergunta me veem a cabeça: algo que inícia gerando sentimentos tão ruins pode se tranformar? Um trabalhador que começa seu ano de trabalho sendo humilhado e desvalorizado pode desenvolver um bom trabalho? Um trabalhador que tem sua auto-estima detonada logo nos primeiros dias de seu trabalho, que todo ano não sabe qual será o seu horário de trabalho, qual trabalho vai desenvolver e se vai ter aulas ou não pode exercer sua função com prazer e dedicação?

Olha, essas perguntas vão continuar rondando meus pensamentos durante muito tempo. E talvez eu já até tenha a resposta mas ainda acho insuficiente para expressá-la.

VALORIZAÇÃO é fundamental para a vida das pessoas, em qualquer tempo, local e situação!

Por hora fico com a voz da Cássia Eller gritando no final de uma das músicas de Nando Reis que ela gravou: "... Não tem explicação, explicação... Não tem explicação, não tem, não tem..."