terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Vim de Luanda Meu pai é rei Eu sou princesa negra Minha palavra é lei



Princesa Negra - Oxum Pandá

Vim de Luanda, meu pai é Rei
Eu sou Princesa Negra
Minha palavra é lei

Traz tapete vermelho que eu quero passar sem pedir licença
Da mamãe Oxum, herdei altivez, sedução e beleza
Hoje a ordem do dia, eu vim com meu povo a dançar afoxé
bate bate tambor que é na palma da mão é na ponta do pé


Bate tambor, bate atabaque, repica agogô na imensidão
hoje o decreto diz, seja livre e feliz, minha palavra é lei (minha palavra é lei)

segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Tempo de reinício

Todo bom final está carregado do novo, da esperança e do anseio por dias melhores. Todo começo é algo estranho, dá uma esfriada na barriga e um medinho bom.

O ano de 2010 está no final, praticamente nas últimas! E 2011 ainda sendo gerado, com muitos planos e vontades.

Todo desânimo que tenho no natal é revertido em alegria para comemorar o fim de um ano e o início do outro. A capacidade de transformação é uma das características que mais valorizo no ser humano. E quer melhor momento pra utilizá-la? A mudança de ano meio que dá uma sacodida geral. Olha, meu camarada! É o momento de recomeçar, de jogar fora aquelas velhas roupas que não usa há anos, de mudar as atitudes que te fazem mal, de valorizar quem de fato merece e um infinito de etc.

Para mim 2010 foi um ano de muitas conquistas, na verdade, foi um ano que me encorajei ainda mais para batalhar por tudo que acredito ser o melhor. Foi um ano que construi perspectivas, tracei um projeto de vida (Ah, Rosa, e o meu projeto de vida? lá lá lá).

Tenho projeto para minha vida profissional, para minha vida de fé, para educação da Malu, para minha vida no aspecto coração (preferi não usar aqui sentimental, achei piegas), para minha militância, para meus estudos...

Agora é batalhar e muito para executar lindamente e com muito amor cada um desses projetos.

Axé em 2011 pra tod@s nós! E um agradecimento especial para tod@s que partilharam 2010 comigo e de alguma forma colaboraram com a elaboração desses projetos.


Ah, escrevendo aqui me lembrei de uma música de Luiz Tatit (já postei canções dele aqui. Compartilho aqui um trecho:

Faminto, o povo indagava:
Quem fez isso com a gente?
Quem é esse demônio?
Que aparece nos sonhos
Com um estranho enigma
Qual é o rei que não morre
E nunca envelhece
E que é vitalício?
Quem é que propõe um enigma
Tão difícil! [...]

Por fim
Um menino lá
Que sempre caçoava do rei
Foi se aproximando
E falando com a voz muito digna:
Qual é o rei que não morre, meu rei?
Nos ajude a entender esse enigma
E o rei
Supertranqüilo
Pensou um pouquinho
E com muito carinho
Contou pro menino
Que um rei que não morre
E nunca envelhece
E que é vitalício
É só o reinício[...]

(O Rei - Luiz Tatit)

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Definitivamente...

Eu não tenho muito ânimo pra esse período do ano. Acho tudo tão forçado. Árvores, enfeites, presentes, pernil, champagnhe, etc...
Isso sem falar no famoso amigo secreto, nos votos de feliz natal. Eu não gosto mesmo. Durante muitos anos meu sonho era passar em casa, sem ceia e sem reuniões familiares. Mas achava que isso seria muito antipático de minha parte. Logo eu ia e encarava a noite de natal.
Hoje dedico o mês de dezembro para pensar na festinha da Malu, que nasceu dia 17 de dezembro, uma semana antes da véspera de natal. E me esforço para não passar para minha nega o meu desânimo com essa data pois ela já fez sua cartinha pro papai noel e espera ansiosamente a chegada dessa noite que eu tento ignorar.

domingo, 5 de dezembro de 2010

Paulo Cesár Pinheiro e a história de suas canções

Sempre tive uma enorme vontade de saber como foi a composição de certas músicas. Escutava e ficava imaginando o que havia levado a criação de músicas tão belas. Recentemente li uma entrevista de Paulo César Pinheiro e descobri que ele escreveu um livro contando exatamente isso, o momento e os motivos da criação de suas canções.
Enquanto não comprei não sosseguei e agora estou extasiada com a leitura. Que alegria saber como foi a criação de canções que eu tanto adoro e vivo cantando, como por exemplo O Canto das Três Raças e Portela na Avenida.

Salve Paulo César Pinheiro! Salve o samba! Salve a música popular brasileira!




"...E outra recordação que guardo foi de Cuba, quando estive lá em 1982, no Festival de Varadeiro. Acordei ás 3 da manhã com uma zoada na praia, próxima a janela do meu quarto de hotel. Era uma espécie de luau que faziam. E um som que eu conhecia bem me chamou atenção. Me vesti e fui na direção dele. Uma turma grande de latinos cantava, acompanhados por violão e rum. Me aproximei para ver se era verdade, se eu não estava sonhando. Os caras cantavam em espanhol o "Quaquaraquaquá". Sentei, sem me identificar e fiquei curtindo. Me peguei refletindo depois que estranha é a música. Feita é nossa. Caída na boca do mundo, não nos pertence mais. Ninguém ali sabia que o autor estava presente. E continuaram sem saber."
Paulo César Pinheiro em História das minhas canções p. 27